sábado, 4 de junho de 2011

Microrrevolução #3 - Semear & Viver - projeto de reflorestamento

Objetivo: Reflorestamento de áreas degradadas em Cristalina, Goiás
Parceiros: Rede Terra / Cooperativa dos Agricultores Familiares Ecológicos do Cerrado

Total arrecadado: R$2.050,00

06/06/11

Amigos,

Escrevo para atualizá-los sobre o andamento do nosso projeto Semear & Viver. Agradeço a todos pela participação. Arrecadamos, nos últimos meses, R$2.050,00, doados por 22 pessoas. Este é o valor final que será aplicado ao projeto.

Na semana passada, conversamos com o André Brunckhorst, coordenador técnico do Instituto Rede Terra (http://www.redeterra.ning.com), uma entidade sem fins lucrativos, sediada em Cristalina/GO, de apoio ao desenvolvimento da agricultura familiar na região do Vale do Rio São Bartolomeu, em Goiás, que juntamente com a Cooperativa dos Agricultores Familiares Ecológicos do Cerrado executarão o projeto aqui proposto. Durante nossa conversa fechamos os custos e o cronograma do projeto. Fomos informados que o reflorestamento na Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN Linda Serra dos Topázios, felizmente não se faz necessário pelo ótimo estado de conservação em que esta se encontra, para vocês saberem como está a RPPN, envio algumas fotos recentes que mostram suas belezas naturais, um lugar que vale a pena ser visitado (http://redeterra.ning.com/group/lindaserradostopazios).

Nessas conversas vimos, que até poderíamos investir nosso dinheiro lá, mas que o montante poderia ser mais bem aproveitado em outras áreas, ainda degradadas.

O André nos contou sobre uma área que os agricultores desta Cooperativa necessitam recuperar, uma importante nascente localizada no assentamento rural Vitória, em Cristalina, que alimenta o rio São Marco, um importante rio que divide os estados de Goiás e Minas Gerais. Para vocês terem uma idéia da importância desta nascente, ela atende uma comunidade de 48 famílias, mas que antes do assentamento ser criado teve toda a sua mata ciliar derrubada, correndo um sério risco de secar. Enviamos uma foto do Google Earth Para vocês saberem onde está localizada a nascente (clica na foto para maximizar a imagem, a nascente está marcada no círculo vermelho). (Atualização em 01/01/2012: Segue os dados GPS da nascente: Lat S 16.6052 e Long O 47.3823).














E, também fotos da nascente ao vivo:


















Sabendo disto, decidimos utilizar o recurso na sua recuperação. A área foi definida considerando um raio de 50 metros ao redor da nascente, obedecendo a legislação ambiental brasileira, na qual será feito o plantio de mudas florestais nativas da região e, também será construída uma cerca que tem por objetivo evitar a entrada de grandes animais domésticos, como vacas e cavalos que podem pisotear a nascente, mas que não impede a passagem de animas silvestres.

Para ajustar os custos deste trabalho com o recurso que dispomos, optamos comprar as mudas de pequenos viveiros florestais que pertencem à agricultores sócios da Cooperativa, as sementes que formarão estas mudas virão do “Banco Comunitário de Sementes Crioulas e Florestais” que pertence à Cooperativa.


















Estas mudas serão encomendadas e assim, o recurso captado ficará com os próprios agricultores familiares da região beneficiada pelo projeto, beneficiando a economia local. Estas mudas serão encomendadas este mês e ficarão prontas em setembro, para serem plantadas em outubro no início das chuvas.

Toda a mão-de-obra necessária para o plantio e cercamento da área, virá da comunidade beneficiada e, a execução do projeto técnico terá o acompanhamento do Instituto Rede Terra.

















As principais espécies de árvores que serão plantadas são embaúba, mutamba, sangra d´água, ingá, buriti, tamboril, araçá, carana, lobeira, pau óleo, capitão-do-mato, dentre outras nativas desta região.

O pagamento das mudas será feito por meio de transferência bancária para a conta dos agricultores viveiristas, e os comprovantes e recibos serão postados aqui no blog. Em setembro, postaremos as datas do plantio, e esperaremos encontrar vocês em Cristalina para participar, e para conhecer a nascente pessoalmente.


















Grande abraço, e muito obrigada novamente a todos que participaram!

Patricia



Atualização em 01/01/2012 - Conclusão e Prestação de Contas

Amigos,

Desde a ultima atualizacao do blog, muita coisa aconteceu. Depois de 8 meses de projeto, realizado com o apoio de várias pessoas – dos doadores, da equipe toda da Rede Terra, do nosso viveirista Sr. Sady – podemos hoje contar sobre a conclusão bem sucedida do nosso projeto.
Como informado no ultimo post aqui no blog, o total arrecado foi de R$2.050,00, dedicado integralmente à compra de 800 mudas (ganhamos, ainda, 200 mudas do nosso viveirista, então pudemos aplicar 1000 mudas ao projeto). Além disso, tivemos um custo de transporte das mudas de R$300,00, que foi coberto por uma doação extra da arrecadação dos R$2.050,00.
No dia 09/12/2011 houve a inauguração de um viveiro da Rede Terra em Cristalina (GO), a ser dedicado ao projeto de recuperação das margens do rio São Bartolomeu. Como a Rede Terra é uma das entidades executoras do projeto, aproveitou-se a ocasião para a assinatura de várias parcerias, dentre elas, o nosso projeto. Na ocasião assinou-se, assim, termo de parceria entre o nosso Fundo e o Assentamento Vitória – eu (Patricia) assinei pelo Fundo enquanto a Lurdinha assinou pelo Assentamento. Na outra foto, o Sr. Sady, viveirista, apresenta as mudas do projeto.

Com as chuvas, chegou afinal a possibilidade de plantar nossas mudinhas. Marcamos para terça-feira, dia 13/12/2011. Durante o final de semana anterior as mudas foram transportadas para o Assentamento Vitória e, no dia marcado, chegamos cedinho, com o sol já muito forte!Fomos guiados pelo Marco Aurélio, responsável técnico da Rede Terra. Fizemos a concentração do mutirão junto à nascente, e, seguindo as orientações do Marco Aurélio, começamos a plantar.


O que mais impressionou foi a escassez de árvores... É muito triste. Não tinha uma sombra, nada, exceto embaixo dos majestosos buritis, que nos indicavam a presença de água. No centro, escondido debaixo de capim, o olho da nascente borbulhava lindamente, com os reflexos dançando no sol. Foi emocionante.

No total plantamos 1000 mudas em 4 regiões devastadas com nascentes ou cursos d’água, em diferentes áreas do assentamento. Focando o reflorestamento nessas áreas, garante-se a permanência desses cursos e o abastecimento de água da população do assentamento. Uma coisa importante de se lembrar é que não há fontes externas de água no Vitória; eles dependem dessas nascentes e desses cursos para o uso diário deles. Outra coisa legal também é que o pessoal do assentamento tem bastante consciência e já participou de um outro projeto (bem sucedido) de reflorestamento no assentamento, ocorrido há alguns anos.
Depois de muitas horas de trabalho, o grupo se juntou na casa da Sra. Abadia para almoçar uma galinhada. Assim, tivemos o prazer de conhecer de perto uma das familias do assentamento, com direito a tour da horta do quintal, carregado do abacaxi mais doce que já se viu, abacaxi que nao acabava mais (e tudo orgânico!). Vimos também o PAIS deles, super desenvolvido, com galinhas gordinhas e saudáveis no centro, uma grande variedade de hortaliças, verduras e frutas, - os morangos mais suculentos da regiao.
Depois do almoço voltamos para terminar o plantio, já com muitas novas ideias de projetos. Gostaria de agradecer à Rede Terra pelo apoio - ao Zizo e ao André -, ao Marco Aurélio, ao Sr. Sady, ao Fundo de Microrrevoluções e a todos os que contribuíram e acreditaram no projeto!!
Abraços e feliz ano novo cheio de frutas e água para todos!,
Patricia (patriciabon@gmail.com)

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